Com o tema “Reconstruir e Cuidar da Casa Comum, com Fé, Esperança e Solidariedade”, a 47ª Romaria da Terra do Rio Grande do Sul foi realizada na última terça-feira, 04/03. Este ano, a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, foi a sede do evento que reuniu romeiros e romeiras de todo o estado. A organização do evento estima a participação de cerca de 10 mil pessoas.
A Diocese de Osório esteve representada com a participação de cerca de 100 pessoas de várias paróquias, em duas caravanas, com a presença de leigos e leigas, religiosos e religiosas, padres e o bispo dom Jaime Pedro Kohl, que destacou em seu recente artigo a fala do bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, dom Itacir Brassiani, que expressou muito bem o espírito que animou a Romaria: “Reconstruir a Casa Comum com fé, esperança e solidariedade” é o compromisso que guiará esta grande celebração, que pretende reunir, lado a lado, a Igreja sofrida, que ainda chora a dor de perdas irreparáveis, e a Igreja solidária, que não se nega a repartir os recursos, estender a mão e pisar na lama para socorrer seus irmãos. Esta Romaria quer ser o encontro samaritano das comunidades, terras e cidades arrasadas com as pessoas, comunidades e organizações que não desviaram o olhar para passar adiante.”
A romaria, que congrega espiritualidade e provoca a reflexão social, este ano foi realizada às margens do Rio Taquari, uma das regiões mais atingidas pela tragédia socioambiental das enchentes de maio de 2024. O objetivo foi fortalecer a fé e a esperança junto com as pessoas, grupos e organizações que atuaram solidariamente com as pessoas, famílias e comunidades, que continuam sofrendo as consequências da catástrofe climática.
Nos locais por onde os romeiros passaram havia cenários relacionados com as memórias da enchente e com grande representação também da solidariedade, das doações e dos voluntários que atuaram naquele período — através dos abrigos, da cozinha solidária e também das lavouras, casas, escolas e outras espaços que foram destruídos.
Na Capela da Igreja do Bairro Navegantes, um “Memorial aos Mártires da Casa Comum”, foi construído com o objetivo de recordar as vítimas da crise climática atingidas tanto pela força da natureza, quanto pela violência que ainda fere e mata a vida dos defensores da Casa Comum, que são mulheres, jovens, pessoas negras e indígenas. Cada participante que teve um ente querido que partiu nestas condições, pode levar o nome escrito em um papel, para ser colocado na cruz e recordado.
O evento é organizado pela Comissão Pastoral da Terra Regional, Cáritas Brasileira, Movimento dos Pequenos Agricultores, Grupos de Ecologia e a Diocese de Santa Cruz do Sul.
Com informações da Diocese de Santa Cruz.
