Neste tempo pascal até Pentecostes, a realidade da ressurreição de Jesus será objeto de reflexão e inspirará nossas celebrações comunitárias. O evangelho deste final de semana — a experiência de Tomé — mostra que a presença do Ressuscitado traz alegria e esperança aos discípulos reunidos, dissipando as trevas da dúvida e do medo. Ele lhes oferece a paz, a reconciliação e a fé que os torna capazes de acreditar Nele sem a necessidade da experiência física: “Acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (Jo 20,29).
Jesus nos chama a viver a esperança que não decepciona. Ninguém poderia supor que Jesus, tendo morrido na cruz, fosse ressuscitar, embora Ele tivesse orientado para isso. Muitos duvidaram e se afastaram. Os que confiaram puderam conviver com Ele ressuscitado. Sem esperança, a nossa própria dignidade humana se esvazia, e a fé se torna um enigma, uma ilusão. A esperança nos garante o caminho da plenitude da vida, se vivermos de amor e para amar. Nisso está a nossa vocação e missão como seres humanos, como filhos de Deus Pai, irmãos e discípulos de Jesus, como templos vivos do Espírito Santo que recebemos no batismo.
O Ano Jubilar que estamos celebrando é uma oportunidade de conhecermos e vivermos, com gratidão e novo ardor, o dom do batismo que recebemos. Só assim vamos conhecer o que é ser feliz, viver a felicidade — que é o nosso projeto de vida. A felicidade verdadeira só se realiza no amor. É possível ser feliz mesmo na dor, como Jesus na cruz que, morrendo de maneira tão dramática e dolorosa, não deixa de ser feliz por estar fazendo a vontade do Pai.
A alegria de viver e a coragem para sofrer são duas atitudes que garantem a verdadeira felicidade e renovam a esperança. Alegria de viver que não ilude, e a certeza de que nada ou ninguém pode nos separar do amor de Cristo. A felicidade é, pois, a vocação de todo ser humano. E só é possível ser verdadeiramente alegre/feliz e cheio de esperança a partir da fé e da confiança na ressurreição de Jesus Cristo, vitória da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado. Tudo isso é o coração da Páscoa cristã. Que esse clima pascal se prolongue por toda a vida. Podemos continuar saudando-nos uns aos outros com: “Feliz Páscoa!”.